Caminho de Peabiru
de Palhoça ao Peru
O caminho de Peabiru, também conhecido como Caminho de São Tomé, é antiga rota transcontinental que ligava os oceanos Atlântico e Pacífico, atravessando a América do Sul de leste a oeste.
Utilizada pelos povos pré-Incas em busca da lendária "terra sem mal", essa jornada de três mil quilômetros era repleta de desafios, incluindo serras, montanhas, rios e a hostilidade de algumas aldeias indígenas.
Os jesuítas que chegaram à região para catequizar os índios chamaram esse caminho de "Caminho de São Tomé" devido às referências encontradas entre os povos indígenas. Acredita-se que um homem, possivelmente um monge, percorreu esse caminho portando uma grande cruz, transmitindo a mensagem de que alguém havia morrido para salvar a humanidade. Os indígenas o chamavam de "Zumé" e acreditavam que ele havia percorrido o caminho até a Cordilheira dos Andes, onde teria falecido.
Antes de ser chamada de Caminho de São Tomé, essa rota já era conhecida por diversos povos indígenas anteriores aos Incas. Ao longo do percurso, existem várias inscrições, algumas até com símbolos do alfabeto grego. Posteriormente, o caminho de Peabiru foi explorada pelos bandeirantes vicentistas, que a utilizaram para descobrir ouro, prata e também aprisionar indígenas para trabalharem como escravos nas fazendas.
Diversos exploradores europeus também percorreram essa trilha, como Aleixo Garcia em 1522, que liderou cerca de dois mil índios em uma expedição rumo aos Andes, e Cabeza de Vaca em 1541, que atravessou o caminho em direção a Assunção, no Paraguai, com uma tropa de colonos.
Outros relatos dão conta de que Martim Afonso de Sousa, fundador da Vila de São Vicente, só se fixou naquele trecho do litoral porque, de antemão, dispunha de informações de que, dali, se teria acesso ao caminho que o levaria às minas do Potosí, na Bolívia, e aos tesouros dos incas.
A largura média do caminho de Peabiru era de oito palmos (1,6 m), com uma profundidade de quarenta centímetros. Em alguns trechos, como na Serra de Dona Francisca, em Santa Catarina, há evidências de calçamento com pedras para facilitar a passagem em subidas íngremes.
Palhoça
Expedição pelo Caminho de Peabiru na Palhoça - SC,
do pesquisador Flávio Santos
Uma parte significativa do Caminho de Peabiru tem início no município de Palhoça, localizado no estado de Santa Catarina. A partir dessa região, a trilha segue em direção ao interior do continente, atravessando serras, rios, vales e paisagens inóspitas.
O trecho do Caminho de Peabiru que se inicia em Palhoça e segue adiante é marcado por sua beleza natural e importância histórica. Ao longo do caminho, podem ser encontradas algumas inscrições e símbolos gravados em pedras, remontando a tempos antigos e revelando vestígios do passado ancestral.
Essas inscrições, algumas delas até mesmo com caracteres ainda não identificados, testemunham a passagem de povos antigos por essa rota milenar.
Existem várias teorias sobre a construção dessa trilha. Alguns autores afirmam que ela foi aberta como parte do expansionismo do império Inca, enquanto outros acreditam que diferentes povos indígenas utilizavam a rota para trocar mercadorias e informações entre si.
Outros, ainda, professam que questões religiosas e místicas tenham sido o motivo principal para a abertura dessa trilha, já que os antigos povos primitivos adoravam o sol e percorriam o caminho do sol.
Pesquisas iniciadas no século XIX pelo Barão de Capanema levaram à formulação da hipótese de o caminho ter sido criado pelos incas numa tentativa de trazer a sua cultura até os povos da costa do Oceano Atlântico, abrindo o caminho no sentido oeste-leste, portanto.
Como apoio a essa linha, refere-se o testemunho de mais de um cronista de que os incas chamavam seu território de Biru. Desse modo, a denominação do caminho poderia resultar do híbrido pe-biru, que equivaleria a "caminho para o Biru". Outra interpretação possível viria do tupi abiru, que equivaleria a gramado amassado; nesse caso teríamos "Caminho de gramado amassado".
O caminho de Peabiru seguia exatamente o trajeto do sol, do nascente ao poente, permitindo que os povos dos Andes chegassem até o litoral do Atlântico para realizar suas adorações.
Além dos registros dessa trilha, há relatos de inscrições dos vikings na América do Sul, tanto na região sul como no norte do continente. Surpreendentemente, os vikings estiveram presentes não apenas na América do Sul, mas também na América do Norte.
Há muitas evidências, principalmente no Canadá, e alguns historiadores de países como Paraguai, Argentina, Bolívia e Guatemala mencionam inscrições vikings ao longo do caminho do Peabiru.
Pedra do Frade, em Laguna
Recentemente, vídeos divulgados nas redes sociais sugerem que a Pedra do Frade, em Laguna, pode ter sido uma sinalização utilizada pelos vikings para acessar o caminho de Peabiru.
Essa pedra megalítica desperta grande curiosidade, pois é um quadrilátero com cantos indicando os quatro pontos cardeais. Seria essa pedra o marco inicial do caminho do Peabiru para os vikings?
Essa questão, juntamente com sua origem e propósito, ainda levanta muitas perguntas a serem respondidas.
Os vikings, já citados, podem ter utilizado o caminho do Peabiru a partir de Laguna. Essas informações levantam ainda mais indagações sobre a extensão da presença viking na América e a possível interação entre esses navegadores nórdicos, os templários, São Tomé, os Incas e os povos indígenas pré-colombianos.
Importante que se tente, nas pesquisas que se afloram sobre o tema, desvincular um pouco mais do "europeísmo", buscando fontes mais antigas que resgatem, além do Caminho de Peabiru, também a história pré-colombiana, evidentemente muito rica, não só em ouro e prata, mas também em cultura e correlações com as primeiras civilizações planetárias.
No youtube Pingos e Respingos da História,
de Adilcio Cadorin,
pode-se ver mais sobre o intrigante Caminho de Peabiru.
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E você meu amigo, minha amiga,
já conhecia sobre esse tema intrigante da nossa história
que estamos trazendo a luz aqui no blog Matéria Escura?
Deixe abaixo seus comentários e até a próxima.
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