Economistas
O que pensam, afinal?
À medida que a economia global enfrenta desafios significativos, observamos uma divergência nas abordagens adotadas pelos países em relação às políticas econômicas.
No Ocidente, incluindo países como Estados Unidos e Japão, temos testemunhado um aumento significativo nos níveis de endividamento, buscando soluções para estimular o crescimento econômico e lidar com as consequências da crise global.
Por outro lado, países do Sul Global, notadamente China e Rússia, têm buscado alternativas econômicas diferenciadas, buscando um caminho próprio para o desenvolvimento.
Essas nações, juntamente com outros países do BRICS (Brasil, Índia e África do Sul), formaram um agrupamento que busca promover a cooperação econômica e fortalecer seus laços comerciais.
Dentro dessas diferentes abordagens de desenvolvimento econômico e políticas públicas, destacam-se economistas igualmente diferenciados; os desenvolvimentistas e os fiscalistas.
Embora essa dicotomia possa simplificar um pouco a realidade, ela pode fornecer uma base para entender as diferentes perspectivas entre os economistas do sul global, que tendem a se alinhar mais com o desenvolvimentismo, e os economistas do norte, muitas vezes associados a abordagens mais fiscalistas.
Os economistas desenvolvimentistas geralmente advogam por estratégias econômicas que priorizam o desenvolvimento industrial e a redução das desigualdades sociais. Eles defendem a intervenção do Estado na economia, por meio de políticas industriais, investimentos em infraestrutura, protecionismo comercial, subsídios e outras medidas que visam fomentar a industrialização e o crescimento econômico.
Essa visão enfatiza a necessidade de políticas ativas para impulsionar o crescimento e superar as assimetrias existentes entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Por outro lado, os economistas fiscalistas, muitas vezes associados a instituições acadêmicas do norte global, enfatizam a importância do equilíbrio fiscal e da estabilidade macroeconômica. Eles defendem políticas fiscais que chamam de responsáveis, controle da inflação e equilíbrio orçamentário, muitas vezes por meio da redução dos gastos públicos e do controle da dívida.
Essa visão enfatiza a importância da disciplina fiscal como forma de promover a estabilidade econômica e evitar crises financeiras, embora o alto endividamento das nações conduzidas por esse modelo denunciem certa falta de sucesso.
É importante notar que essas duas perspectivas não são mutuamente excludentes e que as políticas econômicas eficazes devem ser adaptadas às características e necessidades específicas de cada país, levando em conta seus recursos, estrutura produtiva, nível de desenvolvimento e dinâmicas sociais e buscando um equilíbrio entre o estímulo ao crescimento econômico e a manutenção da estabilidade macroeconômica.
O diálogo entre as diversas perspectivas é fundamental para o avanço do conhecimento econômico e a busca de políticas eficazes para promover o desenvolvimento sustentável e equitativo.
Desenvolvimentistas
1. Raúl Prebisch: Economista argentino conhecido por seu trabalho na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Prebisch enfatizou a necessidade de políticas industriais e comerciais para promover o desenvolvimento econômico nos países em desenvolvimento.
2. Celso Furtado: Economista brasileiro, Furtado foi um defensor do desenvolvimento econômico baseado na industrialização e na superação das desigualdades sociais. Ele argumentava pela intervenção do Estado na economia e pela adoção de políticas econômicas voltadas para o crescimento inclusivo.
Fiscalistas
1. Milton Friedman: Economista americano, Friedman é conhecido por suas contribuições para a escola de pensamento econômico conhecida como monetarismo. Ele enfatizava a importância da estabilidade monetária, acredita em políticas fiscais restritas e defendia a redução da intervenção governamental na economia.
2. Robert Barro: Economista americano, Barro é conhecido por suas pesquisas em macroeconomia e finanças públicas. Ele defende políticas fiscais equilibradas, argumentando que altos níveis de dívida pública podem ter consequências negativas para o crescimento econômico.
Economistas russos
1. Nikolai Kondratiev: Economista russo conhecido por sua teoria dos ciclos econômicos de longo prazo, também chamada de "Ciclos de Kondratiev". Ele realizou estudos sobre os movimentos cíclicos da economia e suas implicações.
2. Wassily Leontief: Economista russo-americano, Leontief foi laureado com o Prêmio Nobel de Economia em 1973. Ele desenvolveu a técnica de insumo-produto, que analisa as relações interindustriais em uma economia.
Economistas chineses
1. Justin Yifu Lin: Economista chinês, Lin foi economista-chefe e vice-presidente sênior do Banco Mundial. Ele é conhecido por suas contribuições para o campo do desenvolvimento econômico, com foco especial na economia chinesa.
2. Cheng Siwei: Economista chinês que desempenhou um papel importante na reforma econômica da China. Ele foi vice-presidente da Assembleia Popular Nacional da China e tem expertise em finanças, política monetária e economia ambiental.
Os economistas russos e chineses mencionados anteriormente não podem ser categorizados exclusivamente como desenvolvimentistas, pois suas contribuições abrangem uma variedade de áreas e perspectivas econômicas. Suas abordagens e contribuições são mais amplas do que apenas uma única categoria.
Nikolai Kondratiev e Wassily Leontief, por exemplo, são conhecidos por suas teorias e pesquisas sobre ciclos econômicos de longo prazo e análise interindustrial, respectivamente. Suas contribuições estão mais relacionadas à análise estrutural e dinâmica da economia, ao invés de uma abordagem específica de desenvolvimento econômico.
Justin Yifu Lin e Cheng Siwei, por outro lado, são economistas chineses que têm contribuído para a compreensão e as políticas de desenvolvimento econômico, com foco especial na economia chinesa. Suas pesquisas e experiências envolvem questões relacionadas ao crescimento econômico, desenvolvimento industrial, políticas públicas e transformação estrutural.
Entre economistas Russos e Chineses, embora haja uma ênfase no desenvolvimento econômico em parte de suas contribuições, não seria preciso categorizá-los exclusivamente como desenvolvimentistas eis que suas abordagens e ideias são influenciadas por uma série de fatores e contextos específicos, como o período histórico em que trabalharam e as questões econômicas que enfrentaram em seus respectivos países.
Concluindo
Esses são apenas alguns exemplos de economistas associados a cada abordagem. É importante ressaltar que existem muitos outros economistas com diferentes perspectivas e abordagens, e que o campo da economia é diversificado e em constante evolução.
As visões individuais e as contribuições de cada economista podem variar, mesmo dentro dessas categorias mais amplas.
Meu amigo, minha amiga,
O mundo econômico está a se debater por mudanças fundamentais
que podem desandar em mais guerras
e outras consequências para nossas famílias.
Esperemos que esses importantes técnicos, dos diversos grupos de interesses,
tenham lucidez, perspicácia e liberdade
para conduzir a humanidade, como um todo,
a caminhos melhores que os atuais.
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Ótimo artigo. Parabéns!
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