Utnapishtim
O Herói Sobrevivente do Dilúvio
Por Oilson Carlos Amaral
Utnapishtim é um personagem da mitologia suméria muito conhecido como o sobrevivente do dilúvio.
De acordo com os relatos do pesquisador Zecharia Sitchin, Utnapishtim também era conhecido como Ziusudra, Atracasis, Noah e o Noé Bíblico.
A história de Utnapishtim é contada no poema sumério O Épico de Gilgamesh, o grande rei que procurava a imortalidade e sobre o qual já tratamos aqui no Blog Matéria Escura.
Segundo o poema épico, os deuses decidiram enviar um dilúvio para acabar com a humanidade por seus pecados. No entanto, o deus ENKI avisou Utnapishtim sobre o plano da assembléia dos deuses e ordenou que ele construísse um grande barco para salvar a si mesmo, sua família e um par de cada animal.
Diferentemente das outras versões do dilúvio, Sitchin afirma que a causa do evento foi a passagem do planeta Nibiru, que pertencia ao sistema solar da mitologia suméria, e que, com sua proximidade e gravidade, causou o deslocamento de placas tectônicas na Terra, resultando no dilúvio.
Sitchin também sugere que Utnapishtim e sua família eram descendentes de seres extraterrestres que visitaram a Terra em tempos antigos, chamados Anunnakis (Aqueles que do céu vieram à Terra).
Utnapishtim teria levado uma variedade de animais na arca, incluindo aves, animais selvagens e domésticos.
Dentre os animais mencionados, estariam:
Pássaros de diferentes espécies, como corvos, pombas, andorinhas e gansos;Animais domésticos como vacas, ovelhas e cabras;Animais selvagens como leões, tigres, lobos e javalis;Animais aquáticos como peixes e tartarugas;Répteis como cobras e lagartos;Insetos como besouros e abelhas.
Vale ressaltar que as histórias e mitos variam de região para região, e portanto, a lista de animais que Utnapishtim teria levado na arca pode variar de acordo com a fonte consultada.
Sitchin também sugere que os deuses sumérios, que teriam ajudado Utnapishtim a construir a arca, teriam lhe dado conhecimentos avançados de engenharia genética para que ele pudesse preservar mais da diversidade da vida na Terra.
Tabuleta cuneiforme com o épico de Atra-Casis
Depois que o dilúvio acabou e o barco aterrou, Utnapishtim sacrificou animais e fez uma oferenda aos deuses. Diferentemente da versão bíblica, não há menção a um altar, mas sim a uma fogueira. De acordo com a tradição suméria, a oferenda consistia em um touro, uma ovelha, um cabrito e um pombo.
Após o sacrifício, os deuses se aproximaram da fumaça da fogueira e sentiram o saboroso cheiro das carnes assadas.
Foi nesse momento que o Deus ENLIL, que havia ordenado a ocultação do dilúvio como forma de eliminar a humanidade (Enlil a considerava barulhenta e incapaz), se arrependeu de sua decisão.
Os deuses, então, ofereceram a Utnapishtim a imortalidade como recompensa por ter sobrevivido ao dilúvio, salvando animais importantes, e por ter realizado o sacrifício (oferenda) em agradecimento.
E assim aconteceu que Utnapishtim foi levado a Morada Distante, para viver entre os Deuses. A Morada Distante é uma expressão usada por Sitchin para se referir ao planeta Nibiru, o suposto planeta de origem dos Anunnaki.
A recompensa da imortalidade está clara nesta parte do poema O Épico de Gilgamesh, escrito em argila:
"Em seguida, Enlil subiu a bordo do navio.Segurando-me pela mão, ele me levou a bordo.Ele levou minha esposa a bordoe a fez se ajoelhar ao meu lado.De pé entre nós,ele tocou nossas testas para nos abençoar:
" Até agora, Utnapishtim tem sido humano;
De agora em diante,
Utnapishtim e sua esposa serão como Deus."
Impressionados com sua devoção, também decidiram que Utnapishtim seria responsável por começar uma nova era da humanidade, assim como Noé na Bíblia.
Esse relato é um exemplo fascinante de como a mitologia suméria se mistura com a história, a ciência e as religiões e de como o herói representa a perseverança e a determinação de sobreviver a um evento cataclísmico, bem como a esperança de reconstrução de uma nova humanidade.
É de se notar que muitas outras culturas em todo o mundo também possuem histórias semelhantes de um dilúvio global e de um sobrevivente que inicia uma nova humanidade.
Os relatos de Sitchin sobre a natureza extraterrestre de Utnapishtim adicionam um elemento intrigante à história e levantam questões sobre a relação entre a mitologia, a ciência e a exobiologia.
Zecharia Sitchin acreditava que o dilúvio ocorreu cerca de 13.000 anos atrás, durante a última era glacial, quando o nível do mar estava mais baixo do que é hoje. Essa datação é baseada em sua interpretação de textos antigos, incluindo o Épico de Gilgamesh e os registros da civilização suméria.
Por fim, o nome Utnapishtim é composto pelos elementos "utu" (sol), "na" (palavra conectiva), "pi" (boca) e "shetim" (silêncio), de forma que o nome pode ser interpretado como "O Do Sol, que mantém a boca silenciosa" ou "O Do Sol, que foi feito conhecedor do segredo". Tudo a ver com o fato de Utnapishtim ter sido portador do maior segredo da época - o inevitável dilúvio.
E você, meu amigo, minha amiga, já conhece a mitologia suméria
e percebeu alguma semelhança com os textos bíblicos?
Teria sido Utnapishtim o Noé Bíblico?
Sinta-se a vontade para comentar.
Abraço e até a próxima publicação.
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