24 março 2023

Inanna, Ishtar, Vênus e Afrodite

Inanna/Ishtar
seriam Vênus/Afrodite?

Comentários de Oilson Carlos Amaral

De acordo com a obra "Crônicas da Terra" de Zecharia Sitchin e outros autores, Ishtar é uma deusa suméria associada à fertilidade, amor, guerra e sexualidade sendo uma das principais divindades do panteão sumério.

Muitos estudiosos acreditam que Ishtar e Inanna são essencialmente a mesma divindade, embora com nomes diferentes em diferentes regiões. Ambas as deusas são frequentemente associadas à fertilidade, amor, sexualidade e são protetoras da cidade de Uruk.

Ishtar e Inanna são fortemente associadas às deusas do amor Vênus e Afrodite, principalmente devido à associação de Ishtar com o planeta Vênus. Vênus e Afrodite são, igualmente, associadas ao amor, beleza e sensualidade. Essas deusas tinham muitos amantes e relacionamentos amorosos.

Na mitologia grega, Afrodite é a deusa do amor, beleza e fertilidade, enquanto Vênus era a deusa romana do amor, beleza e sexualidade. 

Os antigos egípcios ainda associavam Vênus à deusa Hathor pois, tal qual Ishtar, era frequentemente retratada com chifres de touro, usando um vestido de estrelas simbolizando seu papel como deusa do céu noturno.

Vênus também era vista pelos mesopotâmios como uma deusa importante e frequentemente associada a Ishtar.

Os templos na antiga Suméria eram chamados de zigurates e serviam como centros de culto e adoração, onde os deuses eram considerados residentes. O Templo de Inanna, em Uruk, é o mais importante templo dedicado a Ishtar/Inanna, construído no século XXIII a.C. e passou por várias expansões ao longo dos séculos.


Imagem artística de um Templo Zigurate usado para 
celebrar a fertilidade e a sexualidade

Os rituais realizados em honra a Ishtar/Inanna envolviam principalmente a celebração da fertilidade e da sexualidade, e as sacerdotisas de Ishtar, conhecidas como "mulheres da noite", realizavam rituais que envolviam relações sexuais sagradas com os devotos. Essas relações eram uma forma de honrar a deusa e garantir a fertilidade da terra e do povo.

Os rituais de Ishtar/Inanna também envolviam a realização de festivais sazonais, como o Akitu, que marcava o início do novo ano sumério. Durante esses festivais, os devotos realizavam oferendas e sacrifícios para a deusa em troca de sua proteção e bênçãos, além de dança, música e poesia para honrá-la.

A correlação entre Ishtar/Inanna e as deusas Vênus e Afrodite está enraizada na mitologia comparada e na história da religião, principalmente pelas frequentes associações com beleza, amor e fertilidade.

Por exemplo, na mitologia mesopotâmica, Ishtar era a deusa do amor, da beleza e da fertilidade, bem como da guerra e da justiça. Ela era frequentemente representada segurando uma estrela ou uma lua crescente, simbolizando sua conexão com o céu e os corpos celestes. Os mesopotâmicos também associavam Ishtar com o planeta Vênus, que é visível a olho nu e tem um brilho intenso e constante.


Mesopotâmia antiga, conforme Jeff-Brown-Graphics

Na Grécia Antiga, a deusa do amor e da beleza era Afrodite, que também era frequentemente associada com Vênus. 

Na verdade, o próprio nome "Afrodite" deriva do termo grego "aphros", que significa "espuma do mar", em referência ao mito de que a deusa emergiu do mar. Vênus, por sua vez, era considerada a deusa do amor, da beleza e da fertilidade pelos romanos, que a associavam ao planeta do mesmo nome.

Essas conexões entre Ishtar/Inanna, Vênus e Afrodite não são apenas limitadas ao mundo antigo, mas também são encontradas em outras culturas, como a egípcia, a hindu e a nórdica. 

Em resumo, a correlação entre essas divindades é um exemplo fascinante de como as crenças religiosas e mitológicas se desenvolvem e se espalham por todo o mundo, muitas vezes influenciando-se mutuamente ao longo do caminho.

Aqui estão algumas outras contribuições importantes da deusa Ishtar:
  • Guerra e proteção: Ishtar era frequentemente associada à guerra e à proteção, e era invocada pelos governantes e soldados antes de batalhas importantes. Ela também era vista como uma protetora das cidades e dos muros da cidade.
  • Sexualidade e fertilidade: Ishtar também era associada à sexualidade e à fertilidade, e muitas vezes era invocada por mulheres que desejavam engravidar. Ela era vista como a deusa do amor e do prazer sexual.
  • Literatura e arte: Ishtar também desempenhou um papel importante na literatura e na arte da Mesopotâmia, aparecendo em muitas histórias e poemas épicos. Ela era frequentemente retratada em esculturas e relevos, muitas vezes segurando um cetro ou um leão.
  • Comércio e prosperidade: Ishtar também era vista como uma deusa da prosperidade e do comércio, e era frequentemente invocada pelos comerciantes que viajavam pelas rotas comerciais da Mesopotâmia. Ela era vista como uma guardiã dos mercados e das feiras.
  • Justiça e lei: Ishtar também era associada à justiça e à lei, e muitas vezes era invocada em questões legais. Ela era vista como uma protetora dos oprimidos e dos necessitados.
Também é possível que a associação de Ishtar com a sexualidade e a fertilidade tenha sido vista como uma fonte de energia criativa e vitalidade, que poderia ser canalizada para promover a prosperidade e a fecundidade em todos os aspectos da vida, sendo a fertilidade humana também  vista como um sinal de bênção divina e uma forma de acessar e canalizar essa energia vital para garantir a prosperidade da comunidade.

Além de Zecharia Sitchin, outros autores são importantes nas traduções, pesquisas e relatos sobre a mitologia e a história suméria:
  • Samuel Noah Kramer - Foi um dos primeiros estudiosos a decifrar a escrita cuneiforme e a traduzir os textos sumérios. É conhecido por sua obra "A História começa na Suméria".
  • Thorkild Jacobsen - Foi um arqueólogo e estudioso da antiga Mesopotâmia. Seus trabalhos incluem "The Treasures of Darkness" e "The Harps that Once... Sumerian Poetry in Translation".
  • Jean Bottéro - Foi um assiriólogo francês que se concentrou na mitologia suméria. Seus trabalhos incluem "Religião na Mesopotâmia Antiga" e "O Olho de Nínive".
  • Jeremy Black - É um historiador britânico que escreveu amplamente sobre a antiga Mesopotâmia. Seus trabalhos incluem "A Literature of Ancient Sumer" e "The Literature of Ancient Sumer".
  • Piotr Michalowski - É um assiriólogo polonês-americano que é conhecido por suas traduções de textos sumérios. Seus trabalhos incluem "The Lament for Ur" e "The Correspondence of the Kings of Ur".
  • Walther Sallaberger - É um assiriólogo austríaco que tem trabalhado na edição e tradução de textos sumérios. Seus trabalhos incluem "Der Sumerische Königsbriefe" e "Das Gilgamesch-Epos".
Dos estudiosos que mencionamos, apenas Piotr Michalowski e Walther Sallaberger ainda estão vivos. 

Piotr Michalowski é professor de Línguas e Literaturas do Oriente Próximo na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, enquanto Walther Sallaberger é professor de Assiriologia na Universidade de Munique, na Alemanha.

Além deles, há muitos outros estudiosos de renome que continuam a estudar e pesquisar sobre a antiga Suméria e a Mesopotâmia em geral.

A história de Ishtar, Inanna, Vênus e Afrodite além de ser complexa e rica também se liga, para alguns pesquisadores, (embora com grandes controvérsias)  à deusa Lilith e ao deus ENKI, como se pode ver nos links abaixo, de grande conteúdo e importância para pesquisadores:


Alguns pesquisadores entendem a tradicional serpente enrolada como um símbolo para a manipulação genética dos antigos deuses alienígenas e também do nosso modelo de DNA que, tendo duas hélices entrelaçadas, acabam lembrando duas serpentes enroladas.

Entretanto, as referências que ligam Lilith à Inanna são vagas e pouco aceitas pela comunidade de estudiosos desse tema, restando ao leitor a leitura e a formação de opinião própria.

Para o pesquisador Zecharia Sitchin, os deuses Anunnakis eram alienígenas do décimo segundo planeta, de órbita longa e anormal, chamado Nibiru, que habitaram a Terra, efetivaram engenharia genética nos hominídeos da época para inicialmene usá-los como mineradores e, depois de muitos anos e controvérsias, teriam contribuído em muito para os processos civilizatórios da humanidade contemporânea, do qual destacamos atividades agrícolas, de pastoreio, construção de habitações, construção de canais hídricos, escrita, astronomia, legislação e sociedade (Código de Hamurabi), dentre outros. Também se menciona muito a produção e consumo de vinho e cerveja na antiga Suméria.

E, por falar em bebidas, a deusa suméria da cerveja era a Ninkasi. Ela teria criado a primeira cerveja para satisfazer o deus ENKI e os sumérios atribuíam a ela tanto a produção da cerveja quanto a sua proteção.

Ninkasi era honrada com festivais anuais de cerveja pelos antigos sumérios em rituais de sexualidade, fertilidade e abundância, o que leva alguns pesquisadores a acreditarem ser este outro nome da deusa Inanna/Ishtar/Vênus/Afrodite/Lilith. Também contribui para essa visão o fato de que Ishtar era citada em antigas inscrições de cultivo de cevada.

O termo "Ninkasi" é composto por duas partes: "Nin", que significa "senhora" ou "deusa", e "Kasi", que significa "fabricação de cerveja". Portanto, o nome Ninkasi pode ser traduzido como "Senhora da Fabricação de Cerveja" ou "Deusa da Cerveja".

Amigo leitor, amiga leitora,

Impressionante a história antiga.

Deixe seus comentários e até a próxima postagem.

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