A vida pós morte,
e Bardo Thodol
O Livro Tibetano dos Mortos
Bardo Thodol, o Canto da Libertação, também conhecido como O Livro Tibetano dos Mortos, é um texto sagrado do Budismo Tibetano que ensina como alcançar a libertação durante o processo de morte e renascimento.
Acredita-se que tenha sido compilado por diversos mestres do Budismo Tibetano ao longo dos séculos, com base em ensinamentos mais antigos.
O texto é utilizado como um guia para ajudar os praticantes a alcançarem a libertação durante o processo de morte e renascimento.
Além disso, aborda diversos temas filosóficos, como a impermanência, a vacuidade e a natureza da mente, explicados de acordo com a visão do Budismo Tibetano, que enfatiza a importância da prática espiritual como um meio de alcançar a libertação.
O "Bardo Thodol" também ensina técnicas de meditação e visualização para ajudar os praticantes a reconhecerem a natureza da mente durante o processo de morte e renascimento.
O autor Aldous Huxley ficou fascinado pelo "Bardo Thodol" e se tornou um grande defensor do uso de drogas psicodélicas para expandir a consciência e explorar dimensões espirituais. Ele escreveu sobre suas experiências com drogas em livros como "As Portas da Percepção" e "Céu e Inferno".
Huxley acreditava que as experiências com drogas psicodélicas poderiam ajudar as pessoas a terem uma compreensão mais profunda da natureza da realidade e da existência humana, e que essa compreensão poderia ser comparada a algumas das ideias expressas no "Bardo Thodol".
O "Bardo Thodol" descreve a vida pós-morte como dividida em várias etapas, ou bardos, cada uma com suas próprias características e desafios.
Quando uma pessoa morre, sua consciência experimenta uma série de visões e sensações, incluindo a visão da Luz Clara, que é descrita como uma experiência de transcendência da dualidade e do ego.
O conceito de impermanência é enfatizado como uma parte central da filosofia budista, aplicado tanto à vida terrena quanto à vida pós-morte.
É enfatizado que tudo o que é percebido na vida pós-morte é ilusório e mutável, e que a pessoa deve estar ciente disso para poder alcançar a libertação final.
Embora seja sugerido no "Bardo Thodol" que a pessoa pode criar sua própria experiência na vida pós-morte com base nas suas ações e pensamentos anteriores, essa criação não é vista como algo necessariamente breve ou como um sonho, mas como uma experiência real e significativa para a consciência de quem está passando por ela, podendo durar muito tempo.
A preparação espiritual e mental é vista como essencial para enfrentar com sucesso essas experiências e alcançar a libertação final.
E as experiências psicodélicas?
As experiências psicodélicas são conhecidas por proporcionarem insights espirituais e místicos e não há evidências científicas conclusivas de que elas apontem para uma possível vida após a morte.
No entanto, muitas pessoas relatam experiências profundas e transformadoras durante viagens psicodélicas que podem ter implicações pessoais e espirituais significativas.
Um exemplo interessante é o relato de uma experiência de morte iminente (EMI) que pode ser desencadeada por uma experiência psicodélica.
As EMIs são descritas como experiências profundamente espirituais que ocorrem quando uma pessoa está próxima da morte ou em uma situação de risco de vida iminente. Elas são frequentemente caracterizadas por sentimentos de paz, amor, luz e conexão com algo maior do que nós mesmos.
Alguns relatos de pessoas que usaram psicodélicos apontam para experiências que se assemelham às EMIs, incluindo:
- Sentimentos de união com o universo,;
- Percepção de uma energia universal e
- Conexão com seres espirituais ou divinos.
No entanto, é importante lembrar que essas experiências são subjetivas e podem variar muito de pessoa para pessoa.
É importante notar que o "Bardo Thodol" não se baseia em experiências com drogas psicodélicas, mas sim na tradição espiritual e filosófica do Budismo Tibetano, sendo considerado um texto sagrado e uma fonte de ensinamentos espirituais para os praticantes dessa tradição e que este autor não incentiva o uso de drogas psicodélicas ilícitas como fonte de pesquisas de temas místicos, como formas de prazer ou mesmo de relaxamentos.
Morreu? Se ligue nestes dez estágios...
O Bardo Thodol descreve dez estágios que a consciência passa após a morte física, e que correspondem a diferentes experiências e oportunidades para alcançar a libertação do ciclo de renascimentos.
Esses dez períodos são os seguintes:
1. Os três estágios da dissolução: neste estágio, a consciência começa a se dissolver em diferentes aspectos, como os cinco elementos (terra, água, fogo, ar e espaço) e os sentidos.
2. O estágio da luz clara do caminho: aqui, a consciência experimenta uma visão clara e iluminada, que pode ser vista como um vislumbre da verdadeira natureza da realidade.
3. O estágio da meditação: a consciência é guiada a meditar em diferentes formas de deidades, com o objetivo de se identificar com sua natureza divina e alcançar a libertação.
4. O estágio da convocação: aqui, a consciência é chamada por diferentes divindades, que aparecem para guiá-la através do Bardo.
5. O estágio da realidade da natureza: neste estágio, a consciência experimenta uma visão clara da verdadeira natureza da realidade, sem ilusões ou distorções.
6. O estágio da expansão: a consciência é guiada a se expandir em diferentes formas e dimensões, para compreender a vastidão do universo.
7. O estágio da ira: aqui, a consciência experimenta a ira e a destruição, com o objetivo de superar os apegos e as emoções negativas.
8. O estágio da consciência clara: neste estágio, a consciência experimenta uma clareza e uma lucidez ainda maiores, com a possibilidade de se libertar do ciclo de renascimentos.
9. O estágio do conhecimento: aqui, a consciência recebe ensinamentos e orientações para alcançar a libertação.
10. O estágio da transferência: finalmente, a consciência é guiada a se transferir para um novo renascimento, com a possibilidade de alcançar a libertação definitiva.
Esses estágios são complexos e podem ser interpretados de diferentes maneiras, dependendo da tradição e da compreensão de cada pessoa.
Cada estágio daria um livro, para se ter ideia, e, portanto, chega a ser ofensivo tentar resumi-los em poucas palavras, como fizemos acima. Nossa intenção foi unicamente a de dar um insight sobre cada estágio.
No entanto, eles fornecem um mapa útil para entender a experiência do Bardo e as oportunidades para alcançar a libertação.
É de se aduzir, ainda, que o objetivo do Bardo Thodol não é conduzir o espírito ao Nirvana, mas sim a uma nova vida no Samsara, o ciclo de nascimento e morte, com a possibilidade de alcançar a libertação definitiva (ou seja, o Nirvana) em uma vida futura.
É importante ressaltar que a concepção de Nirvana no budismo tibetano pode ser diferente da concepção em outras tradições budistas.
Em algumas dessas tradições, o Nirvana é visto como a libertação completa do Samsara, enquanto em outras, é visto como um estado de consciência que pode ser alcançado dentro do Samsara
Bardo Thodol e as religiões Abraâmicas
As abordagens do Bardo Thodol e das religiões Abraâmicas, como o cristianismo, o judaísmo e o islamismo, diferem significativamente em relação à vida após a morte.
Nas religiões Abraâmicas, geralmente acredita-se que após a morte, a alma é julgada por Deus e enviada para o céu, o inferno ou o purgatório, dependendo do comportamento e das ações da pessoa em vida.
Já no Bardo Thodol, acredita-se que após a morte, a pessoa passa por várias etapas ou estágios que são descritos no livro. Estes estágios são uma espécie de processo de transição que a alma atravessa, que pode levá-la à iluminação ou renascimento.
Não há julgamento divino no Bardo Thodol como nas religiões Abraâmicas.
Bardo Thodol e o mundo científico
Há pesquisas em andamento que buscam entender melhor a natureza da consciência e da mente humana, e que podem eventualmente lançar luz sobre as questões abordadas no Bardo Thodol.
Alguns cientistas e pesquisadores têm estudado o fenômeno das experiências de quase morte (EQMs) e outros estados alterados de consciência, que podem ter alguma relação com as descrições do Bardo Thodol sobre a vida após a morte.
Além disso, na física quântica, teorias exploram a existência de múltiplas dimensões além das quatro conhecidas (três espaciais mais uma temporal). Essas dimensões adicionais são propostas em algumas interpretações teóricas para explicar fenômenos como o entrelaçamento quântico, a não-localidade e o comportamento estranho dos elétrons nas órbitas dos núcleos atômicos.
Embora ainda sejam conjecturas teóricas, alguns estudiosos e filósofos especulam sobre a possibilidade de que o mundo espiritual, descrito pelo Canto da Libertação, o Bardo Thodol, possa ser associado a uma dessas dimensões adicionais - a quinta, e próxima, dimensão tem sido a preferida.
Bardo Thodol e os Sumérios
Ambas as tradições compartilham uma crença em seres espirituais intermediários, como os demônios na mitologia suméria e os seres da luz e sombras no Bardo Thodol.
Além disso, ambas as tradições enfatizam a importância da vida após a morte, com a mitologia suméria descrevendo o submundo e o Bardo Thodol apresentando um guia para o processo de transição da morte para o renascimento.
É importante notar que essas semelhanças não sugerem uma influência direta ou conexão entre as tradições, mas sim uma possível convergência de ideias em diferentes partes do mundo.
Bardo Thodol e o Espiritismo de Allan Kardec
O Bardo Thodol e o Espiritismo de Allan Kardec têm algumas semelhanças em termos de crenças sobre a vida após a morte e a comunicação com os espíritos.
Ambas as crenças afirmam que há uma vida após a morte e que os espíritos podem se comunicar com os vivos.
No entanto, existem diferenças importantes entre as duas crenças.
O Bardo Thodol é uma crença budista tibetana que se concentra na jornada do espírito após a morte, enquanto o Espiritismo é uma crença filosófica e religiosa que se concentra na comunicação com os espíritos e na evolução espiritual.
Além disso, o Espiritismo de Allan Kardec não possui a mesma estrutura de dez períodos que o Bardo Thodol descreve para a jornada do espírito após a morte.
No Espiritismo, a evolução espiritual é alcançada através do estudo, da prática da caridade e do amor ao próximo.
Embora haja algumas semelhanças entre o Bardo Thodol e o Espiritismo de Allan Kardec, é importante lembrar que são crenças e filosofias distintas com abordagens diferentes sobre a vida após a morte e a evolução espiritual.
E o Túnel de Luz Branca, devemos evitá-lo?
A experiência de ver um túnel de luz branca durante uma experiência de quase morte é um fenômeno comum relatado por muitas pessoas que passaram por essa experiência.
Alguns teóricos do ocultismo e da espiritualidade argumentam que o túnel de luz branca é uma espécie de portal que leva o espírito para outra dimensão ou para a próxima vida.
No entanto, não há nenhuma prova concreta disso e a maioria dos especialistas em experiência de quase morte acredita que o túnel de luz branca possa ser uma resposta fisiológica do cérebro a uma falta de oxigênio.
Sobre o espírito evitar o túnel de luz branca após a morte e procurar outros contatos e meios, isso é uma escolha pessoal e depende das crenças e preferências de cada indivíduo.
Existem argumentos divergentes sobre o caminho a ser seguido após a morte: alguns defendem que seguir o túnel de luz branca é o melhor meio de avançar para o próximo estágio da existência, enquanto outros sugerem que esse mesmo túnel pode levar à reencarnação de forma inevitável. Além disso, há quem proponha que existem outras formas de adquirir conhecimento sobre o mundo espiritual, ou a quinta dimensão, que merecem ser exploradas.
A curiosa Time Line do Budismo, do Cristianismo
e da Mitologia Suméria
O surgimento do Bardo Thodol e do Budismo ocorreu em momentos diferentes. O Budismo foi fundado no século VI a.C. na Índia pelo príncipe Sidarta Gautama, mais conhecido como Buda. Já o Bardo Thodol foi escrito em algum momento entre os séculos VII e IX no Tibete, sendo uma obra importante do Budismo Tibetano.
O Cristianismo, religião monoteísta que tem como base os ensinamentos de Jesus Cristo, foi oficialmente fundada no século I d.C. na região da Palestina, que atualmente faz parte de Israel e dos territórios palestinos, sendo o Concílio de Niceia, em 325 d.C., uma importante reunião da Igreja cristã, convocada pelo imperador romano Constantino para lidar com diversas questões teológicas e disciplinares.
Temos, da mitologia suméria e dos escritos de Zecharia Sitchin - já estudados neste blog Matéria Escura -, que a última e provável visita dos Anunnaki ao nosso mundo teria se dado aproximadamente em 160 a.C., ou, supostamente, no ano 3.600 do Calendário Judeu.
Também sabemos, por especulação de Sitchin e de outros, que as visitas dos Anunnaki à Terra acontecem a cada 3.600 anos e que essas visitas podem ter resultado em grandes impulsos civilizatórios aos humanos.
Embora não haja evidências literárias que suportem a ideia de que o Budismo e o Cristianismo possam ter sido impulsos civilizatórios dados pelos Anunnaki e tanto o Budismo quanto o Cristianismo tenham surgido a partir de crenças e experiências humanas enraizadas em contextos históricos, culturais e sociais específicos, não deixa de chamar a atenção essa interessante time line, onde as origens dessas duas grandes e importantes religiões da ficam curiosamente próximas da data da suposta última visita do deus sumério ANU ao planeta Terra:
- Origem do Budismo no século VI a.C.
- Visita de ANU no século II a.C.
- Origem do Cristianismo no século I d.C.
...oooOOOooo...
Concluindo, se você gostou deste tema e gostaria de nele se aprofundar, segue um link bem completo para seu deleite literário:
E você, meu amigo, minha amiga,
já conhecia sobre Bardo Thodol, o Livro Tibetano dos Mortos?
Gostou das abordagens deste bloguista e gostaria de estudar mais?
Deixe seus comentários.
Até a próxima.
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